22 Abril, Sábado , 17h00

NATÁLIA, MULHER CORAGEM

com Helena Faria e Teresa Faria

© Helle Lima de Freitas

“Os meus heróis na vida real são os que desafiam a lei em nome de um ideal”.

Em ano de centenário, recordamos Natália Correia. Personalidade singular da nossa história contemporânea, destacou-se na sociedade portuguesa pela sua inteligência, fulgor criativo e atitude combativa. Destemida, indomável, dramática, inquieta (e inquietante!), sedutora, corajosa, subversiva. Evidenciou-se na literatura, na poesia e na acção política. Neste recital, pelas vozes das actrizes Helena Faria e Teresa Faria, daremos palco às suas palavras, à sua prosa e à sua poesia. Trinta anos depois do seu desaparecimento, convocamos Natália Correia, para quem a morte, “é só invisibilidade”. Viva Natália!

Casa da Escrita
Entrada livre sujeita à lotação da sala


© José António Correia

Através, sobretudo, da poesia de Natália, das suas palavras, apropriando-nos, quiçá, da sua voz, faremos uma incursão por espaços temáticos do seu interesse e da sua vida. Como ela se vê, como encara a língua mater, a natureza, a condição humana, a intervenção política, a dor, a alegria, o amor, o humor, a vida e a morte. A fúria com que ela encara o touro da vida!

Com Natália, seguimos uma linha, por vezes clara e luminosa, porque evidente, por vezes labiríntica levando ao mais recôndito âmago dos deuses guardiães da sua alma!

Mulher da ilha. Contudo a linha do horizonte oceânico do seu ser permaneceu sempre límpida, acima de quaisquer névoas do quotidiano.

A música é o seu caminho e a sua respiração.

Com este espectáculo procuramos aceder a uma paisagem chamada Natália. Abrir as portas à mulher e à obra, sem filtros nem lápis azul.

helena e teresa faria
Teresa Faria e Helena Faria

Helena Faria é actriz, narradora, educadora. Iniciou o seu percurso teatral no teatro universitário em Coimbra no CITAC. Licenciada em Teatro pela Universidade de Évora. Especialista em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estagiou na École Internationale de Théatre Jacques Lecoq com orientação do mestre Jacques Lecoq. Mestre em Análise Textual e Literatura Infantil pela Universidade do Minho. Trabalhou e aprendeu com Mário Barradas, José Carretas, Jacques Lecoq, Norman Taylor, Paulo Coimbra, João Maria André, Marcia Haufrecht, Vvoitek, Regina Goerger, Antón Valen, Eugénio Barba, Anatoli Vassiliev, Daniel Simon, José Barata, José Geraldo, Pierre Voltz, Richard Schechner, entre outros. Foi co-fundadora de Teatrão, Efémero e Camaleão. Trabalhou como actriz, dramaturga e encenadora em várias companhias de teatro da região Centro (Teatrão, Teatro das Beiras, Efémero, Camaleão) e em projectos pontuais em Lisboa, Porto e Coimbra.

Dedicou parte da sua carreira à mediação e promoção do livro e da leitura, principalmente através da narração oral, tendo participado em Festivais internacionais em Portugal, Espanha, Brasil e Argentina.

Nos últimos anos tem integrado equipas de serviços educativos em estruturas de mediação de cultura científica e patrimonial.

Teresa Faria é profissional das artes do espectáculo desde 1983. Actriz, dramaturga, professora de Teatro e encenadora. Mestre em Artes Cénicas pela FCSH da UN, diplomada em Estudos de Teatro pela FLUL, formadora creditada pela Universidade do Minho e investigadora do CET da FLUL. Formação artística na Fundação Calouste Gulbenkian, com Marcia Haufrecht, Sygmont Molik, Polina Klimoviskaia, H. Sonenkler, Eugenio Barba, Ferrucio Solleri, entre outros.

Tem trabalhado com várias Companhias, Produtoras e Encenadores, tais como Ricardo Neves-Neves, João Mota, Natália Luiza, Beatriz Batarda, Fernanda Lapa, Cucha Carvalheiro, Almeno Gonçalves, Cristina Carvalhal, José Carretas, Fernando Gomes, Paula Sousa, Helder Costa, Céu Guerra, Mário Barradas, entre outros. Mais recentemente, protagonizou o monólogo Kiki van Beethoven (Teatro Meridional, 2019).

Enquanto encenadora e dramaturga realça O meu irmão: Théo e Vincent Van Gogh, no São Luiz Teatro Municipal (Co-produção com Margarida Mendes Silva) e O Menino e o Mar no Teatroesfera, Contos e poemas de Natal, no TNDMII. Em Cinema e Televisão, destaca “Les Grandes Ondes” (Lionel Baier), O crime do Padre Amaro (Leonel Vieira), Vento Norte (João Cayate), Zeus (Paulo Filipe Monteiro), Conta-me como foi (Jorge Queiroga e Sérgio Graciano) e Alice (Marco Martins).

Na poesia, tem colaborado em vários projectos e jornadas comemorativas, como por exemplo, a Homenagem a Humberto Delgado, no Panteão Nacional.

Foi co-fundadora e directora de A Bonifrates e do Teatroesfera, co-participando na criação do Teatro Sousa Bastos e do Espaço Teatroesfera.

Representou Portugal, com o espetáculo “Uma Família Portuguesa”, do Teatro Aberto, na Capital Europeia da Cultura, em Turku, na Finlândia, em 2011.