05 Abril, Sábado

10 Anos de Cante

Em Novembro de 2014, a UNESCO declarou o Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade. Uma década depois, prestamos homenagem a todos os grupos corais, aos seus cantadores, ensaiadores, músicos e compositores, com três momentos distintos numa única manhã, na Baixa de Coimbra. Fotografias, Livro e Cante, este agora mais vivo do que nunca.

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

10 ANOS DE CANTE
de Ana Baião

10h30 Inauguração
Até 30 de Abril


© Ana Baião

CONVERSA APRESENTAÇÃO DO LIVRO
10 Anos de Cante
de Ana Baião

Presença da autora
Moderação de Sílvia Franklim

11h00 Museu Municipal – Edifício Chiado Entrada livre sujeita à lotação da sala


O Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Unesco comemorou o seu 10.º aniversário a 27 de novembro de 2024.Nestes últimos nove anos, Ana Baião tem andado a fotografar o Cante um pouco por todo o Alentejo e na grande Lisboa, em diversas iniciativas e com diversos grupos. Inclusive deslocou-se a Paris para fotografar um dos poucos grupos existentes no estrangeiro, sendo que o Rancho de Cantadores de Paris tem a particularidade dos seus elementos serem de várias nacionalidades e apenas duas pessoas portuguesas. Ana Baião publicou dois livros: “Cante – Alma do Alentejo”, em 2017, pela RCP Edições; e “Cuba Cante Tabernas e Talhas”, em 2021, a convite da Câmara Municipal de Cuba. Fotografou para dois CD – “Alentejo Ensemble”, do Rancho de Cantadores de Paris, em 2019; e “Cante ao Menino na Capital”, do Grupo ALCante, da Junta de Freguesia de Alcântara, com a participação dos outros grupos corais da capital Lisboeta, em 2021. Podemos afirmar que nenhum fotógrafo documentou tanto o Cante Alentejano como Ana Baião. A divulgação do cante tem sido uma das suas causas e por essa razão a Tradisom aceitou este desafio para editar um livro de fotografias comemorativo deste 10.º aniversário.
© Tiago Miranda

Ana Baião nasceu em Lisboa, estudou Cenografia no Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral e Fotografia no Instituto Português de Fotografia. Aos 20 anos, tornou-se fotojornalista profissional, iniciando a carreira no jornal O Século e revistas Século Ilustrado, Século Universal e Vida Mundial. Passou pelas redações do Diário de Noticias e O Independente, ao mesmo tempo que colaborava com a agência Associated Press. Está no jornal Expresso desde 2000. Já conquistou vários prémios e distinções ao longo da sua carreira. Em 2004, foi distinguida pela Assembleia da República com a medalha de ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. As suas obras têm sido apresentadas em várias exposições individuais e coletivas, e desde 2014 que documenta o Cante Alentejano, sendo este o seu terceiro livro.


Sílvia Franklim canta nas Segue-me à Capela desde 2015. Fez parte do GEFAC – Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra - onde aprofundou o gosto pela música tradicional. Faz parte da Associação Canto a Vozes – Fala de Mulheres que, recentemente, inscreveu o canto polifónico a três ou mais vozes cantado por mulheres na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial.


© José Manuel Costa

MÚSICA

Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias
Participação especial de «Segue-me à Capela»

**Arco de Almedina (R. Ferreira Borges)**
*caso ocorram condições atmosféricas adversas, o concerto coral terá lugar no átrio do edifício da Câmara Municipal.

A 2 de agosto de 2009 o Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias apresentou-se em público pela primeira vez. Na sua constituição consta como objeto social «a divulgação do cante tradicional alentejano, dos seus trajes e costumes» e esta tem sido a linha orientadora do trabalho deste grupo durante estes anos. Editaram em 2016 o seu primeiro CD, em formato de livro, intitulado «Cante no Feminino». Além dos espetáculos de Cante, tem participado em oficinas de Cante, documentários, programas de televisão, inclusive para canais estrangeiros, telefilmes, longa-metragem de cinema e diversos festivais. Já passaram por várias salas emblemáticas no país, as quais destacam o Coliseu dos Recreios, Teatro da Trindade e o Teatro São Luiz em Lisboa, o Salão Preto e Prata do Casino do Estoril e Capitólio onde foram convidadas num espetáculo da Celina da Piedade. A sede d As Ceifeiras de Pias tem uma dinâmica de receção de grupos de turistas, (principalmente de origem alemã) onde se passam horas muito animadas em volta de uma mesa e de modas cantadas. Este grupo trabalha em vários momentos do ano na salvaguarda das tradições da vila de Pias, como o Cante aos Reis, o Cante ao Menino e numa tradição, que se pensa ser única no país, o Jordão, onde além da montagem desta manifestação cultural, o Cante ao Batista é de uma sonoridade muito específica e peculiar. O grupo é presença assídua nos diversos eventos do concelho de Serpa, no Dia do Cante integrado no Encontro de Culturas e nas comemorações anuais do 27 de novembro, data em que o Cante foi inscrito na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Esta é a nossa maneira de estar, com respeito pelo Cante Alentejano, transmitindo às novas gerações esta maneira tão única de cantar. É com muito orgulho que somos o Grupo Coral Feminino “As Ceifeiras de Pias”!


Segue-me à Capela é um colectivo de sete mulheres que trabalha a música tradicional portuguesa numa perspectiva contemporânea, usando a voz como principal instrumento. A percussão e alguns elementos cénicos reforçam os climas gerados a partir do canto. O grupo existe desde 1999 e realizou inúmeros concertos em Portugal e no estrangeiro, colaborou com vários artistas, designadamente em discos e concertos, tendo editado dois discos, um deles cd-livro, e uma compilação dos discos, em edições de autor. Cantamos sons antigos e sons novos dessa arte fugidia com que se embalam os meninos, se encomenda a alma, se evoca o divino e o terreno, se espanta a fadiga e se anima o corpo. Cantigas, amadurecidas de vida, plenas de força telúrica na sua singeleza, histórias, contas de vida, heranças forjadas por quem trabalha, na sua expressão mais universal e instintiva, o canto “a capella” das mulheres que se juntam para trabalhar, rezar, festejar e sonhar. Do repertório fazem parte cantares tradicionais recriados a partir de recolhas de Michel Giacometti, José Alberto Sardinha, Judith Cohen, Ernesto Veiga de Oliveira e do GEFAC.