30 Abril, Quarta-feira , 21h30

CONCERTO COMENTADO LIBERDADE, LIBERDADE! — Espelho do que somos e do que queremos ser

com Helena Sarmento

© Auditório Gaia_113

Pedro Martins (guitarra portuguesa), Lucas de Campos (viola) e Filipe Teixeira (baixo)
Orador convidado: Miguel Carvalho sobre «O princípio do livre pensamento, da livre opinião e da tolerância».

Projecto nascido sob o signo do desassossego e impulsionado pela vontade de fazer acontecer, inclui no seu alinhamento José Afonso, Manuel Alegre, Adriano Correia de Oliveira, David Mourão-Ferreira, Alain Oulman, entre outros.

Seminário Maior de Coimbra, Sala São Tomás

Entrada: 10,00 €

Reservas 962 610 050 | 91 843 11 55
Venda de bilhetes no local, no dia do espetáculo, a partir das 18h00


© Auditório Gaia_113

HELENA SARMENTO natural de Lamego e radicada no Porto desde 2004, é cantora e intérprete. O seu percurso criativo de pesquisa musical começou em 2003, conquistando, ao longo dos anos, espaço na cena nacional e internacional. Por forte influência familiar, o fado sempre fez parte da sua vida, pois era protagonista das tertúlias culturais organizadas pelo seu pai, o escritor Joaquim Sarmento. Outras referências, como a música popular portuguesa e a música brasileira, marcam também a sua trajetória. A sua personalidade e percurso artístico refletem essa diversidade de influências. Da sua discografia fazem parte 5 álbuns: Fado Azul (2011), Fado Dos Dias Assim (2013), Lonjura (2018, disco Antena 1) “Liberdade, liberdade!” (2022) e Tanto Mar (2024). Os seus dois primeiros discos foram editados internacionalmente pela editora francesa Sunset France. Ao longo da sua carreira, fez diversos concertos em Espanha, França, Alemanha, Polónia, Brasil e Argentina. Na última tour pelo Brasil, em Dezembro de 2023, iniciou as gravações de Tanto Mar, uma produção entre o Porto e o Rio de Janeiro que contou com a participação de 13 músicos e foi lançada a 23 de Julho de 2024. Ainda em 2024, criou e apresentou um ciclo de 9 concertos comentados intitulado “Liberdade, liberdade! Espelho do que somos e do que queremos ser”, uma iniciativa apoiada pela DGARTES, para comemoração dos 50 anos do 25 de Abril. No último trimestre de 2025, apresentará a tour de Tanto Mar em 11 salas da América do Sul, passando pelo Brasil, Argentina e Uruguai.

A Helena Sarmento não é a 2ª Amália, nem a 3ª Hermínia, nem a 4ª Fernanda Maria: é a 1ª Helena Sarmento. (…) Ouvimos fados tradicionais, cantados já por tanta gente, mas temos a sensação de eles estarem a ser reinventados, temos a sensação do novo.

Rui Vieira Nery, musicólogo, a propósito de “Fado Azul”, 2011
“(…) Helena Sarmento é um desses seres que chegam discretos e disponíveis, se expõem sem reservas, sem redes; um desses seres que sabem encontrar caminhos próprios, afirmar-se diferentes, solidários, sensíveis; que têm na inteligência, na imaginação, na persistência, na criatividade, na liberdade mapas sem recuo. Discreta, secreta, ela encetou a sua afirmação fora das correntes dominantes, norteada por uma exigência, uma lucidez inamovíveis. “Lonjura” fica-nos, pela carga da sua atmosfera, planície de irrecusável modernidade. (…)” 

Fernando Dacosta, escritor, a propósito de “Lonjura”, 2018
“Um último conselho, se me permitem, até porque o monólogo já vai longo (…): sentem-se confortavelmente e preparem-se para tudo. Para uma lágrima escondida, que não vos roubará a alegria de uma tarde ou um serão pleno. Para voltarem a olhar de frente aquilo que não devemos deitar para trás das costas e que nunca justificará um encolher de ombros. Para cantarem com a Helena, como ela nos canta a nós, por interposto autor. No fim, talvez se recordem de um verso assertivo de Sérgio Godinho: na voz de Helena Sarmento, “a liberdade está a passar por aqui”. Seria uma pena perdê-las. À Helena e à Liberdade.”

João Gobern, jornalista e autor, a propósito do concerto de “Liberdade, liberdade” no Viva a Música de Armando Carvalhêda, Antena 1 (2019)
Em tempos convulsos, encapelados, sopra nesta versão de Tanto Mar um caráter de urgência, um desmedido sentimento de reencontro. É um sobressalto carente a resgatar o território comum da língua e da utopia, espécie de «canção cravo» à lapela, ainda e sempre, a fazer a ponte para o outro, com raízes sólidas, cheirinho a liberdade e a força de um vendaval poético. Com um pé em Abril e outro no chão firme do abraço irmão, renasce, do inverno dos povos, uma melodia de afetos e vozes que ousa semear, por dentro de nós, novos futuros a cheirar a primavera”

Miguel Carvalho, a propósito do single “Tanto Mar”, lançado no dia 25 Abril de 2024


© Mariana Correia Pinto

Miguel Carvalho, jornalista, nasceu no Porto (1970). Cursou Radiojornalismo, trabalhou no Diário de Notícias (1989-1997), no semanário O Independente (1997-1999) e na revista Visão (1999-2023). Venceu o Prémio Orlando Gonçalves (Jornalismo, em 2008 e 2020), o Grande Prémio Gazeta, do Clube dos Jornalistas (2009), o Prémio Gazeta de Imprensa (2022) e o Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva (2023). Publicou sete livros. Os últimos dois – “Quando Portugal Ardeu” (Oficina do Livro, 2017), e “Amália – Ditadura e Revolução, a História Secreta” (Dom Quixote, 2020) – somam já 11 edições. Nos últimos anos, tem-se dedicado à investigação do radicalismo de direita em Portugal. Em 2024, concebeu e moderou os ciclos de conversas “As Portas que Amália Abriu – Fado e Liberdade”, no Museu do Fado, e “Chega de Saudade. Portugal Hoje”, na Biblioteca Municipal de Lagos.