ABRIL NO FEMININO – 4ª edição 2025 | AS EXPOSIÇÕES

Notícia publicada a 05-05-2025, 00h00

Mais de seis dezenas de pessoas estiveram presentes na abertura da 4ª edição de ABRIL NO FEMININO, com a inauguração da exposição de arte contemporânea “O Vaguear do Olhar”, no Museu Municipal de Coimbra – Edifício Chiado. Com curadoria de Ana Antunes, é proposto um diálogo ou cruzamento de obras da Colecção *AA Contemporary Art Collection* e colecções do Município de Coimbra e do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC), com natural destaque para a presença das mulheres na arte. Mas se a ideia inicial residia no confronto de obras de mulheres, de diferentes colecções, discursividades e prácticas artísticas diversas, cedo começaram a surgir perguntas: a arte tem género? Existe uma formulação identitária da arte no feminino? E o caminho fez-se, não sucumbido à exclusão do outro. Assim aconteceu “O Vaguear do Olhar”, uma exposição de fragmentos, de imagens em transição, de mundos plurais e complexos. O público presente acompanhou a visita guiada pela exposição, conduzida sabiamente pela sua mentora. Partilhou com o público a sua reflexão sobre a importância de dar visibilidade às mulheres na arte, à luz das restrições históricas que enfrentaram, destacando a capacidade que os artistas têm de transformar o nosso olhar através da sua visão.

Vaguear do Olhar 1
Vaguear do Olhar 2
Vaguear do Olhar 3

Mais de quatro dezenas de obras estão expostas, ocupando dois pisos do Edifício Chiado, entre pintura, desenho, escultura, vídeo, instalação e fotografia. Trabalhos de Ana Vidigal, Ana Vieira, Aurélia de Sousa, Candida Höfer, Carla Filipe, Cecília Costa, Fernanda Fragateiro, Graça Pereira Coutinho, Helena Almeida, Josefa Greno, Maria Helena Vieira da Silva, Marta Soul, Menez, Mily Possoz, Paula Rego, Patrícia Garrido, Rita McBride, Sarah Affonso, entre outras artistas, num total de trinta e seis, podem ser apreciados nesta exposição, na companhia de alguns “intrusos”, tais como Antony Gormley, Julião Sarmento, Jorge Molder, Robert Mappletorpe ou Rui Sanches. Ao visitar a exposição, tente adivinhar quais são as obras feitas por mulheres e quais por homens.

Mais do que uma exposição de obras de mulheres, «O Vaguear do Olhar» convida-nos a pensar o feminino como espaço de tensão, multiplicidade e transformação.

A exposição tem sido particularmente bem recebida, circunstância logo evidente no dia da inauguração, que contou com a presença de artistas, coleccionadores, representantes institucionais e muitos visitantes. Continuará patente ao público nos próximos meses, encerrando a 13 de Julho. Até lá, haverá ainda visitas guiadas, estando a próxima agendada para o dia 17 de Maio, pelas 21h30 (Noite dos Museus), com Ana Antunes, curadora da exposição.

10h-18h terça a sexta | 10h-13h e 14h-18h sábado e domingo |segunda e feriados encerrado

Entrada livre.

Já terminada, tendo conhecido grande receptividade do público e dos comerciantes da Baixa de Coimbra, a exposição de fotografia “10 anos de Cante”, da fotojornalista Ana Baião, com a qual o ABRIL NO FEMININO se associou à celebração dos 10 anos da classificação do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Imagens poderosas, retratando as mulheres que dão voz ao cante alentejano, estiveram, ao longo do mês de Abril, expostas nas montras de onze estabelecimentos comerciais localizados nas Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz, e cuja distribuição obedeceu a um cuidado critério, procurando conciliar a natureza da actividade comercial com o objecto fotográfico. Aos lojistas que aderiram ao convite/desafio proposto **[**avenida7; Bragas, Lda. Chapelaria & Camisaria; Casa Baltazar; Casa da Sorte; Casa dos Linhos; Livraria Bertrand; Ourivesaria Costa; Pastelaria Briosa; Salgueiro’s; Tricots Brancal e Trouxa Mocha] o nosso reconhecido agradecimento. Ficou evidente para todos que é possível conceber iniciativas que promovam a cultura e as artes a ela associadas, em estreita ligação com a promoção e a visibilidade do comércio tradicional. A Baixa de Coimbra conheceu, deste modo, um motivo acrescido para a sua frequência e, consequentemente, uma maior proximidade com a actividade económica local.

10 anos de cante exposição 1
10 anos de cante exposição 2
10 anos de cante exposição 3
10 anos de cante exposição 4

Fotografias de Marisa Martins.