ABRIL NO FEMININO – 4ª EDIÇÃO 2025 | OS LIVROS
Notícia publicada a 08-05-2025, 00h00No Dia Mundial do Livro, 23 de Abril, foi apresentada a obra «As Revolucionárias. Doze Mulheres Portuguesas Desobedientes», de Maria João Lopo de Carvalho, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Com a presença da autora e moderação de João Gobern, perante uma audiência que encheu a Sala São Pedro, ficámos a conhecer com maior rigor e detalhe a história de vida das mulheres retratadas neste livro. A sessão prendeu a atenção de todos, pela forma viva e dinâmica como a mesma foi conduzida, pelas intervenções da autora que acrescentaram conhecimento e profundidade ao tema, pela participação activa do público. Falar destas mulheres é uma obrigação, um dever de memória, um acto de justiça. Mulheres que foram exemplos de coragem e de sobrevivência, que desafiaram convenções e abriram caminho ao futuro.



Mas este não foi o primeiro livro no ABRIL NO FEMININO. No Edifício Chiado, a 5 de Abril, foi apresentada a obra “10 anos de Cante”, de Ana Baião, numa sessão que foi competentemente conduzida por Sílvia Franklim. A fotojornalista tem fotografado o Cante um pouco por todo o Alentejo e na grande Lisboa, nos últimos dez anos. Este é o seu terceiro livro dedicado ao tema, editado por ocasião da comemoração do 10 º aniversário da classificação do Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Unesco. Ana Baião falou do seu trabalho, partilhou histórias e explicou porque faz da divulgação do cante uma das suas causas.

E chegamos ao terceiro livro. A importância que damos à educação e à sensibilização das novas gerações motivou a realização de uma sessão na Escola Secundária D. Duarte com a promoção de uma acção educativa, no âmbito da apresentação do livro «25 Mulheres», de Raquel Costa, escritora e ilustradora. Intitulada «25 Conversas», esta acção explora uma dinâmica de jogo pensada para estimular a participação e a interacção com jovens, a partir daquele álbum ilustrado que celebra e questiona a condição feminina em Portugal, nos últimos 50 anos.
Cerca de cinquenta jovens, alunos do 9º ano do ensino básico, participaram, de forma muito activa e interessada, na referida sessão, estabelecendo um diálogo vivo com a autora e uma discussão alargada, momentos que foram muito positivos e enriquecedores para todos.


No mesmo dia, ao final da tarde, na Livraria Bruaá (Convento São Francisco) foi a vez de apresentar o mesmo livro para o público em geral, com a presença da autora, a participação de Helena Faria e a moderação de Miguel Gouveia. Numa época em que assistimos ao ressurgimento de um discurso menorizador do papel da mulher na sociedade, somos convidados a viajar até ao Portugal do início dos anos 70, através das histórias ficcionadas de «25 Mulheres». Pretende a autora com este livro, como bem explicou, favorecer a curiosidade e o diálogo, quer pelo aprofundamento das raízes históricas dos relatos narrados no livro, quer pela indagação do significado contemporâneo de ser mulher. Tal como o caminho para a liberdade, este é um livro em permanente construção.



Fotografias de Marisa Martins